
A voz ainda é familiar, mas o timbre, o tom, ja não são mais os mesmos, a respiração agora parece mais firme e com um único propósito.
_Você está bem?
eu estava, até suas palavras arranharem meus ouvidos e trazerem todo o amargo da falta!
Injusto você me fazer ficar ou parecer amargo, quando fui o mais doce sabor que você disse ter sentido nos lábios, injusto ouvir que sou infantil, sendo que a única coisa que tenho feito é me proteger de mim mesmo, de minhas vontades, das minhas loucuras e da minha falta de amor próprio, já que o "mim mesmo" da situação, só quer saber de você.
Não me afastei de você, me afastei do "eu", que ainda permanece contigo, do "eu", que você traz quando escuto sua voz, quando vejo o seu, ou semelhantes rostos em meio de tantos, do "eu" que persiste em lembrar de cada sorriso que saía da sua boca, do "eu"que insistia e existia, até você desistir.
Posso estar fazendo tudo errado, mas dessa vez quero pensar um pouco em mim, e poupar-me da minha presença, das minhas lembranças, que existiam quando "eu" ainda vivia em "você"
Seguindo assim, estou bem!
Saudades de ti, sinto, de mim não!
Agora já não me faça visitas, se fizer, não traga "eu", venha sozinho, desarmado, ou então não venha, ou espere até que, eu já não lembre mais de quem eu era, ou de quem eu fui, somente por você
(texto por Felipe Cassiano)
(gravura por Camila Gouveia
nossa q lindo e triste ao msm tempo..perfeito..
ResponderExcluirparabéns felipe..
bjinhus